22 de março de 2006

Tevê

O ESTADO DA ARTE

Paulo Portas (PP) iniciou, há 15 dias, um novo programa de análise política na SIC Notícias. «O Estado da Arte» vai para o ar às 11 da noite de terça-feira, de duas em duas semanas. É moderado pela jornalista Clara de Sousa.
Confesso que aguardava com alguma curiosidade o desempenho do PP pós interregno americano. O deputado aparece com uma nova postura, mais tranquilo, de pensador, numa displicência estudada. Não gostei – e não gosto – do seu sorriso «brilho dental» nem do olhar vago e vagueante. Prefiro olhos nos olhos.
Quanto aos conteúdos não há novidades: o discurso continua a ser o da direita pura e dura. Ontem falou da questão da imigração, da justiça, da segurança, do terrorismo, dos três anos da invasão americana do Iraque, do PSD e do CDS.
Confesso que não me entusiasmou o seu marialvismo político e irritou-me a postura elitista sobre o sufrágio universal. Está contra as directas para as lideranças partidárias porque «as multidões geram ditadores». Enfim! Um PP muito distante da versão feirante que procurava votos como pão para a boca.
E exigiu uma Declaração Universal dos Deveres do Homem para completar a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Original, sem dúvida!
O programa termina com uma nota cultural: a apresentação de um livro.
Gostei da postura da jornalista. Uma moderadora bela, activa e atenta. Muito diferente do que a concorrência apresenta em programas do mesmo formato.

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