20 de abril de 2020

CORONAVÍRUS NA RD DO CONGO


Com o fim da epidemia de Ébola, o Coronavírus entrou na RD do Congo através de pessoas vindas de outros países. O primeiro caso registado foi num cidadão vindo da Bélgica no dia 10 de março.

Aqui as pessoas ainda não acreditam nas consequências do vírus e não seguem as regras de confinamento impostas pelo governo.

Em Kinshasa – com 12 milhões de habitantes, onde as pessoas vivem do dia-a-dia – a vida continua como nada esteja a acontecer, pois as pessoas precisam de comer. Se não morrem da epidemia morrem de fome.

O país regista 327 pessoas infetadas, 25 mortos e 26 pessoas curadas. Mas aqui as informações são pouco fiáveis.

Além de Kinshasa há cinco províncias infetadas com um morto.

Em Kisangani onde me encontro, oficialmente ainda não há nenhum caso. Apesar de as escolas e igrejas estarem fechadas, a vida na praça pública continua como se nada esteja a acontecer.

O Governo fechou todas vias de comunicação terrestres, aéreas e fluviais, exceto para bens essenciais. Nos estabelecimentos públicos é obrigatório lavar as mãos antes de entrar, mas é uma regra que não é observada na maior parte dos casos.

As pessoas procuram curar a Covid 19 com receitas locais, que em alguns casos já provocaram mortes.

Faleceu um bispo, tio do presidente com Covid 19.

No entanto, no Nordeste do país os massacres continuam na sua forma mais cruel.

Zé Arieira, Kisangani

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