«A boa mentira» conta a odisseia horrenda de sete irmãos e uma irmã que a guerra civil forçou a abandonar a aldeia natal em Bahr el Ghazal, no Sudão do Sul.
Depois de mais de mil quilómetros a pé – dois morreram e um foi preso pelos soldados sudaneses – chegaram ao campo de refugiados de Kakuma, no norte do Quénia. O terceiro irmão faleceu de exaustão à chegada. Os quatro sobreviventes, três rapazes e uma rapariga, tiveram a sorte de serem remetidos para os Estados Unidos.
A saga das oito crianças dincas foi repetida até à exaustão por mais de 20 mil rapazes e algumas raparigas com idades entre os sete e o 17 anos, dincas e nueres, no final dos anos 80. Primeiro, caminharam a pé para a Etiópia. Quando regime de Menguistu caiu, em 1991, foram corridos a tiro e dirigiram-se para Kakuma. Foram apodados de lost boys, crianças perdidas, pelos trabalhadores humanitários.
A saga das oito crianças dincas foi repetida até à exaustão por mais de 20 mil rapazes e algumas raparigas com idades entre os sete e o 17 anos, dincas e nueres, no final dos anos 80. Primeiro, caminharam a pé para a Etiópia. Quando regime de Menguistu caiu, em 1991, foram corridos a tiro e dirigiram-se para Kakuma. Foram apodados de lost boys, crianças perdidas, pelos trabalhadores humanitários.
Muitos miúdos fugiram do inferno da segunda guerra civil que consumiu o Sudão do Sul entre 1983 e 2005. Outros foram enviados pelos pais para poderem estudar.
O SPLA, o Exército de Libertação do Povo do Sudão, criou com as crianças nos campos de refugiados o Red Army, Exército Vermelho, um grupo de crianças-soldados.
Conheci o padre Benjamin Madol, da diocese de Rumbek, que acompanhou durante três meses um grupo de crianças a pé até à Etiópia. Depois foi o capelão dos campos de refugiados no sul do país.
Em 2001, os Estados Unidos começaram a transportar jovens sul-sudaneses retidos em Kakuma sem futuro mas o ataque às Torres Gémeas congelou o programa.
Conheci o padre Benjamin Madol, da diocese de Rumbek, que acompanhou durante três meses um grupo de crianças a pé até à Etiópia. Depois foi o capelão dos campos de refugiados no sul do país.
Em 2001, os Estados Unidos começaram a transportar jovens sul-sudaneses retidos em Kakuma sem futuro mas o ataque às Torres Gémeas congelou o programa.
Cerca de 4000 foram realojados nos EUA.
«A boa mentira» filme narra os perigos – fome, sede, doenças, soldados, feras – que os sobreviventes venceram na marcha pungente através de um pacto que todos repetiram: «Eu quero viver, não quero morrer!»
Nos Estados Unidos tiveram que reaprender a viver tentando manter-se fiéis aos valores tradicionais.
À agente de emprego que os recebeu chamaram carinhosamente Ayardit, grande vaca branca.
O filme termina com uma reviravolta que me apanhou de surpresa. E com um provérbio africano: «Se queres ir depressa vai sozinho, se queres ir longe vai junto.»
«A boa mentira» estreia a 9 de Outubro e vale bem a pena ser visto. Estive na ante-estreia no dia 7.
«A boa mentira» filme narra os perigos – fome, sede, doenças, soldados, feras – que os sobreviventes venceram na marcha pungente através de um pacto que todos repetiram: «Eu quero viver, não quero morrer!»
Nos Estados Unidos tiveram que reaprender a viver tentando manter-se fiéis aos valores tradicionais.
À agente de emprego que os recebeu chamaram carinhosamente Ayardit, grande vaca branca.
O filme termina com uma reviravolta que me apanhou de surpresa. E com um provérbio africano: «Se queres ir depressa vai sozinho, se queres ir longe vai junto.»
«A boa mentira» estreia a 9 de Outubro e vale bem a pena ser visto. Estive na ante-estreia no dia 7.
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