Abebayehu Tefera Atara e Tamirat Tegegn Tanga fizeram a profissão perpétua para a missão da Igreja no Instituto Comboniano na passada sexta-feira, dia 25 de agosto de 2023, na igreja paroquial de Qillenso.
O P. Asfaha Yohannes, Superior Provincial, recebeu em nome do Superior Geral os votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência, segundo a Regra de Vida dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus. Ele presidiu à Eucaristia em Guji, a língua local. O Rito da Profissão Perpétua foi feito em inglês.
Os votos tiveram lugar durante a missa semanal das mulheres em Qillenso, a primeira missão que os combonianos abriram entre o povo Guji, no Sul da Etiópia, em 1981. A celebração contou com a presença de um bom número de fiéis.
Abebayehu nasceu há 36 anos na paróquia de Haro Wato, missão criada em 1995 na zona do Uraga com várias capelas que pertenciam a Qillenso. É o primeiro de nove filhos. Frequentou durante algum tempo o Seminário Maior de Hawassa antes de voltar ao postulantado comboniano em Adis-Abeba. Fez o noviciado em Namugongo, no Uganda, e completou a sua formação teológica no Instituto Tangaza em Nairobi, no Quénia. A sua paróquia de origem acolhe-o para o serviço diaconal.
«Ser chamados por Ele, consagrarmo-nos e sermos Missionários Combonianos é colocarmo-nos ao serviço dos outros, ao serviço do Reino de Deus. O próprio Jesus disse: “Eu vim para servir e não para ser servido”, o que é um convite a imitá-lo. Por isso, aqui estou para este serviço em que Jesus me convida a espalhar o seu Reino», sublinha.
Tamirat tem 36 anos e é o primeiro Comboniano do Vicariato Apostólico de Soddo. É originário da paróquia de Hembecho. Primogénito de nove irmãos, foi professor de Matemática e Física durante cinco anos numa EB3 antes de entrar no postulantado comboniano. Também fez o noviciado no Uganda e completou a formação de base em Lima, no Peru. Foi destinado à Província do Peru, para onde regressará depois da sua ordenação sacerdotal. Faz o seu serviço pastoral como diácono em Qillenso.
«Estou muito feliz com a minha vocação, apesar de algumas dificuldades no meu percurso vocacional. Alguns desafios que enfrentei ensinaram-me a ser forte», afirma.
Os dois Missionários Combonianos foram ordenados diáconos a 27 de Agosto, na Missa dominical muito participada e colorida, na igreja de São Daniel Comboni em Adola, o centro urbano da Missão de Qillenso, repleta de gente. Coros de Adola, Qillenso e Soddu Ababa abrilhantaram a Eucaristia que foi celebrada em amárico, a antiga língua franca da Etiópia.
Participaram na cerimónia o comboniano P. Juan Núñez, Administrador Apostólico do Vicariato de Hawassa, sacerdotes locais, combonianos, combonianas, FMM, Missionárias da Caridade e irmãs locais, os pais e familiares dos ordenandos, juntamente com fiéis de Qillenso, Haro Wato e Soddu Abala, as três paróquias católicas entre os Gujis.
Dom Roberto Bergamaschi, Vigário Apostólico de Gambella, que ordenou os diáconos, disse-lhes durante a homilia: «Deus escolheu-vos porque vos ama. Agora tendes de testemunhar o amor de Deus às pessoas que servis».
O bispo salesiano sublinhou que os novos diáconos precisam de rezar para manter viva a sua fé: «Se não rezardes, a vossa fé morrerá lentamente. A Igreja pede-vos também que sejais santos».
Dom Roberto, que foi durante alguns anos o Vigário Apostólico de Hawassa, pediu aos participantes na celebração que ajudassem os novos diáconos rezando por eles.
Os diáconos recém-ordenados agradeceram a todos os participantes e a todas as pessoas significativas no percurso vocacional que os conduziu ao diaconado. Pediram também que rezassem por eles, no caminho rumo ao sacerdócio.
No final, tiveram uma palavra especial de agradecimento a Deus e às suas famílias:
«Agradecemos ao Senhor por tudo o que Ele tem feito nas nossas vidas. Chegámos hoje aqui graças a Ele. Desde o início até ao dia de hoje, Ele guiou-nos e manteve-nos focados. Hoje estamos aqui na presença de Deus e na vossa presença. Não com o nosso próprio esforço, força, capacidade e ajuda, mas Ele tornou-se tudo na nossa vida. Estamos gratos a Deus pelo que nos tornámos hoje e continuamos a rezar para que Ele possa caminhar connosco enquanto continuamos a nossa missão onde quer que estejamos».
«O nosso agradecimento vai também para aqueles que são o fundamento do nosso chamamento e da nossa vocação, ou seja, os nossos queridos pais, que nos mostraram o que é a fé e nos acompanharam, que se tornaram também numa escola de vida: estamos realmente muito gratos por nos terem tornado naquilo que somos hoje».
Depois da Eucaristia, que durou quase três horas, os participantes foram brindados com um rico almoço de pratos locais preparados pelos católicos de Adola e servido na Biblioteca Pública São Daniel Comboni, no recinto da igreja.