1 de abril de 2021

EM MEMÓRIA DO SENHOR


A Igreja Católica celebra hoje a instituição da Eucaristia através da Missa da Ceia do Senhor, que inclui o gesto profundamente simbólico do lava-pés.

Jesus inicia e explica a sua Páscoa — que inclui a sua paixão, morte e ressurreição — com a última ceia.

O evangelista João — que hoje é lido na liturgia da Palavra — introduz o mistério pascal de Jesus com a afirmação: «Antes da festa da Páscoa, Jesus, sabendo bem que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo» (João 13,1).

A Páscoa de Jesus é a prova do seu amor levado até ao extremo. Extremado. Total. Integral. Ilimitado.

Jesus, através dos gestos da ceia com os discípulos, explica o que vai fazer com a sua vida nesses dias que transformaram radicalmente o mundo, o Tríduo Pascal.

Paulo é o autor do relato mais antigo da instituição da Eucaristia, escrito por volta do ano 55, uns 20 anos depois da Ceia do Senhor.

Escreve aos cristãos de Corinto: «Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim”. Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim”. Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha» (1 Coríntios 11, 23-26).

Jesus entrega o seu corpo por cada um de nós. O seu sangue sela a aliança nova e eterna. Na Eucaristia comungamos o Senhor presente realmente no pão e no vinho. E comungamo-nos uns aos outros, seu corpo aqui e agora.

E manda: «Fazei-o em memória de mim».

Fazemos memória da Páscoa do Senhor cada vez que celebramos a Eucaristia. Ele dá-nos o seu corpo e o seu sangue, a sua vida inteira e por inteiro, cada vez que nos reunimos à volta das mesas da Palavra e o Pão.

Fazemos memória de duas maneiras: ritualizando a última ceia através da celebração da Eucaristia; sendo eucaristia: pão partido e repartido para a salvação de todos ao jeito de Jesus.

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