16 de abril de 2020

PAZ CONTIGO



«A paz esteja convosco!» No dizer de Lucas (24, 36) estas foram as primeiras palavras do Senhor ressuscitado aos discípulos fechados pelo medo na sala de cima em Jerusalém.

Em aramaico, a língua que Jesus falava, a saudação soava mais ou menos assim: «Shlomo 'aleykhun».

O ressuscitado também diz a ti, a mim, a nós, fechados em quarentena, trintena, vintena ou quinzena: «A paz esteja convosco!» mesmo que, como os discípulos, sintamos espanto, medo, perturbação, admiração ou o choque da alegria.

João nota que, do discurso de despedida durante a última ceia, Jesus disse aos discípulos: «Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz; Eu não vo-la dou como a dá o mundo» (João 14, 27).

A paz de Jesus não é imposta pela força: isso chama-se subjugação; não é imposta pelo medo: isso chama-se dissuasão; não é produto de drogas: isso chama-se alienação.

A paz que Jesus dá é harmonia, integração, aceitação, pacificação de espantos, medos, perturbações.

A paz de Jesus é bem-estar, estar bem com Deus, com os outros, com a natureza, comigo mesmo.

A paz de Jesus é conjuntiva (é isto e aquilo), integradora, integral, holística em vez de ser disjuntiva (ou isto ou aquilo), fragmentada, compartimentada.

É ser em vez de fazer.

Que a paz de Jesus esteja sempre contigo.

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