11 de setembro de 2017

BEM-HAJA, D. ANTÓNIO


Conheci-o na minha infância: foi coadjutor em Cinfães nos dois anos a seguir à sua ordenação a 8 de dezembro 1972. Éramos vizinhos. Ficámos amigos. 

Aprendi a apreciar a sua simplicidade, o seu sorriso tranquilo, o seu conversar manso, a profundidade do seu pensamento, a arte de bem pregar um sermão…

Encontrámo-nos muitas vezes em Cinfães, Lamego, Braga, Aveiro, Porto, Fátima… Conversas longas, tranquilas, sem a pressa do despachar… a querer saber de todos e de tudo, uma curiosidade amiga, uma amizade preocupada com as pessoas.

Entesouro as nossas conversas, a sua amizade, o seu testemunho de homem de Deus e homem da Igreja, construtor de pontes e de consensos, com uma paciência extremada…

Sempre me senti bem recebido pelo Dr. António – como lhe chamávamos em Cinfães.

Aprendi muito com o senhor e do senhor!

Homem dedicado até ao limite!

Numa das visitas que lhe fiz no Porto, encontrei-o cansado. Perguntei: – O Dom António não fez férias?

– Ó Zé, o meu pai nunca fez férias!, foi a sua resposta.

A sua amizade para com os combonianos era enorme. Tinha um coração comboniano: como o mostrou aos provinciais combonianos europeus em 2014; como falou aos participantes na Assembleia Europeia da Missão, na Eucaristia conclusiva a 13 de março, na Maia; como afirmou ao aceitar presidir à Peregrinação da Família Comboniana a Fátima, a 22 de julho.

A sua homilia da Peregrinação é um legado espiritual à Família Comboniana.

Esta manhã, a notícia do seu falecimento deixou-me pasmado: não queria acreditar que o Dom António tinha falecido de ataque cardíaco. Tão de repente, aos 69 anos.

No da 29 de agosto não lhe dei os parabéns, porque estava no Mosteiro do Couço em retiro e a cobertura da rede telemóvel é muito fraca… Queria mandar-lhe um email, mas fui adiando…

Está no abraço terno e eterno do Pai das misericórdias, junto à sua querida mãe que tanto amava.

Está em paz no descanso de Deus!

Interceda por nós.

Obrigado pela sua amizade, pelo seu carinho.

Tenho saudades suas.

1 comentário:

  1. Obrigado. Agora, pois, só temos a pedir a Deus que recompense o nosso amigo D. António. E que o próximo bispo do Porto siga o seu exemplo de bom pastor. Abraço, Zé.

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