15 de dezembro de 2016

MENSAGEM DE NATAL


Os meus olhos viram a Salvação (Lc 2, 30)

Caros irmãos em Cristo,

Recebei um abraço fraterno por ocasião da celebração do mistério da Encarnação de Nosso Senhor.

O Natal oferece-nos um tempo propício para contemplar Deus na fragilidade e na esperança de que um mundo novo é possível. Somos chamados a descobrir os sinais da presença de Deus num mundo ofuscado pela violência sem sentido que destrói a humanidade e torna incerto o futuro. Neste último ano seguimos com preocupação a situação da Síria e de alguns países nos quais estamos presentes, Sudão do Sul, República Centro-africana, República Democrática do Congo, Etiópia, Eritreia, Moçambique, México, Colômbia… A presença dos nossos confrades nestas situações é sinal de que estamos convictos de que Deus está também ali, por muito limitada que possa ser a nossa actividade missionária. O Natal é também uma oportunidade para dar vigor à nossa vida fraterna, aprendendo a olhar o outro com os olhos do Pai, caminhando como família que sabe perdoar e aceitando-nos tal como somos.

Os fenómenos migratórios atingiram proporções excepcionais por causa das guerras e das profundas desigualdades económicas. Milhões de pessoas vêem-se obrigadas a sair da segurança das suas casas em busca de uma vida digna. O nosso Instituto está a empenhar-se cada vez mais com esta realidade para ser sinal da presença de Deus que recria a vida e abre o coração à solidariedade numa sociedade cada vez mais fechada em si mesma.

O Natal é semente de esperança porque o próprio Deus se faz história para a transformar e recriar numa nova direcção. Isto compreende-se melhor da parte das vítimas, dos pobres, dos sem-terra e dos sem-tecto. O nosso fundador fez da sua vida um projecto de amor e causa comum com os últimos; toda a sua existência foi configurada pela paixão que brota do Evangelho através de uma relação íntima com o Pai. O nosso Instituto nasce desta experiência fecunda de Daniel Comboni que luta incansavelmente contra a injustiça que os mais abandonados sofrem.

Deus incarnou na fragilidade. Também nós hoje, como Instituto, nos sentimos frágeis, mas é a partir desta fraqueza que somos mais criativos e abertos à acção do Espírito. Sentimos necessidade de escutar, acolher e assumir aquilo que Jesus nos diz neste momento particular, que é também tempo de salvação. Esperamos que a celebração do Natal nos ajude a incarnar o nosso carisma dentro de cada uma das realidades em que nos encontramos para ser presença criativa e sinais do Reino.

O Conselho Geral deseja-vos um Natal de 2016 repleto de bênçãos e um 2017 rico de iniciativas que nos motivem a colaborar com o plano que Deus leva por diante através de nós.

O Conselho Geral


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