20 de setembro de 2016

ASSIS DE PAZ


O Papa está hoje em Assis para rezar pela paz com líderes de outras religiões, prémios nobéis, refugiados e pessoas de boa vontade.

Francisco convidou os católicos a juntarem-se a ele fazendo uma pausa para rezarem pela paz.

«Convido as paróquias, as associações eclesiais e cada fiel de todo o mundo a viver este dia como um Dia de Oração pela Paz», disse durante a oração do meio-dia de domingo passado.

«Hoje, mais do que nunca, temos necessidade de paz nesta guerra que existe por tudo no mundo. Rezemos pela paz! A exemplo de São Francisco, homem de fraternidade e clemência, somos todos chamados a oferecer ao mundo um forte testemunho de nosso compromisso comum pela paz e a reconciliação entre os povos. Assim, terça-feira, todos unidos em oração: cada um tome um tempo, aquele que puder, para rezar pela paz. Todo o mundo unido».

O Dia de Oração pela Paz cerra a iniciativa «Sede de paz – Religiões e culturas em diálogo» que envolveu mais de 450 representantes de igrejas e confissões religiosas e o mundo da cultura de diversos países, organizada pela Comunidade de Santo Egídio.

Faustin-Archange Touadéra, presidente da República Centro-africana afirmou na abertura do evento que «onde se reconstroem lugares de oração, renasce a paz».

Francisco marca com a visita a Assis os 30 anos do evento homólogo organizado pela primeira vez pelo Papa João Paulo II a 27 de outubro de 1986. 

A Jornada Mundial Inter-religiosa  de Oração pela Paz foi um gesto profético sem precedentes muito criticado pela Cúria Romana e pelos setores católicos mais conservadores.

O evento reuniu centena e meia de representantes de credos diferentes e foi o contributo católico para o Ano Internacional da Paz, proclamado pela ONU.

Cobri o encontro para a Além-Mar e guardo essa memória: homens e mulheres de religiões diferentes, muçulmanos, sikhs, judeus, xintoístas, zoroastristas, giantistas, bahais, das religiões tradicionais africanas e ameríndias, cristão de todas as confissões, a pedirem a paz para o mundo nas suas cores, sons e gestos.

«O congregar de tantos dirigentes religiosos a orar é em si um convite ao mundo para se dar conta de que existe uma outra dimensão da Paz e uma outra maneira de a promover, que não é resultado de negociações, compromissos políticos ou discussões económicas. É o resultado da oração que, na diversidade das religiões, expressa a relação com o poder supremo e ultrapassa as capacidades humanas», explicou São João Paulo II.

O Papa Woitila voltou a Assis para rezar pela paz em 1993 e 2002, no rescaldo do 11 de Setembro de 2001. Bento XVI, que há 30 anos como da Doutrina da Fé se opusera ao evento, também lá rezou em 2006 e 2011.

O Encontro de Oração pode ser seguido na Internet através do CTV, o Centro Televisivo do Vaticano.

«O Senhor da paz, Ele próprio, vos dê a paz, sempre e em todos os lugares» (1 Tessalonicenses 3, 16).

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