10 de julho de 2016

Sudão do Sul: GERAL DOS COMBONIANOS PREOCUPADO


O Superior Geral escreveu à comunidade comboniana em Juba, Sudão do Sul, a manifestar proximidade, choque e preocupação com os combates mortais entre militares do Governo e da Oposição que desde 7 de julho fizeram mais de uma centena de mortos na capital.

O P. Tesfaye Tadesse escreveu uma mensagem em nome da direção-geral.

«Estamos todos preocupados com os novos confrontos militares, em Juba, nas vésperas do quinto aniversário da Independência do País», disse.

Os confrontos continuaram esta manhã envolvendo armamento ligeiro e pesado bem como meios aéreos em diversas áreas da capital mais jovem do mundo, sobretudo à volta do campo de refugidos da ONU.

«Todos nós nos sentimos solidários convosco, unindo-nos aos vossos sentimentos de desilusão, tristeza e dor por tudo o que está a acontecer», escreveu o missionário etíope.

E continuou: «Estamos todos chocados com a amoralidade das pessoas no poder que não pensam no bem comum e na paz para as populações do Sudão do Sul, as quais já viram e sofreram o suficiente, por causa da guerra nas últimas décadas.»

O superior-geral agradeceu o testemunho dos missionários no Sudão do Sul, terra santa dos combonianos.

«Obrigado por estardes a fazer causa comum com o povo do Sudão do Sul. Que Deus conceda a paz a este País! Que pela intercessão de Maria, nossa Mãe, e de São Daniel Comboni o Sudão do Sul venha a obter uma paz duradoura», escreveu.

O P. Tesfaye prometeu  orações pelas partes em conflito.

«Rezamos para que Jesus, o Rei da Paz, oriente os corações dos políticos e dos oficiais do exército para que deponham as armas e se sentem à mesma mesa para dialogar.»

O Sudão do Sul vive em guerra civil desde 15 de dezembro de 2013. Em agosto do ano passado o presidente Salva Kiir Mayardit e o ex-vice-presidente Riek Machar Teny assinaram um acordo de paz.

Confrontos entre as tropas fiéis a Kiir e a Machar continuaram um pouco por todo o país de Kajo Keji, na fronteira com o Uganda, a Wau, perto do Sudão e de Yambio, na fronteira com a RD Congo a Maguwi, junto ao Quénia.

Em abril o Dr Machar regressou a Juba e tomou posse como primeiro vice-presidente do governo transitório de unidade nacional.

Na quinta-feira, 7 de julho, um tiroteio entre tropas das duas facções num posto de controlo de Gudele, no norte de Juba, matou cinco militares do Governo.

Na sexta-feira 8 de julho, mais de uma centena de pessoas foram mortas – sobretudo militares – quando as duas forças se envolveram em violentos combates à volta do palácio presidencial onde o presidente, o primeiro vice-presidente e o vice-presidente discutiam o incidente do dia anterior.

No sábado, 9 de julho, 5º aniversário da independência do país, Juba esteve calma.

No domingo, 10 de abril, a capital acordou com disparos ligeiros e pesados em várias partes da cidade. Os combates, envolvendo helicanhões, continuaram durante o dia.

A arquidiocese de Juba cancelou todas as missas dominicais nas três paróquias da cidade para as pessoas se manterem em casa.

Um membro da comunidade de Juba garante que os missionários estão bem.

O governo formou um comité para investigar os incidentes.

A ONU e a União Africana condenaram os combates e exigiram às partes em conflito o que parem as hostilidades.

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