No verão de 1980 passei um mês no Hospital de São João de Deus em Montemor-o-Novo. A estada no centro ortopédico infantil foi parte do noviciado, o tempo de formação para a vida missionária comboniana.
No hospital havia um capelão, um padre já idoso, que costumava perguntar aos pequenos acamados:
-Meu menino, o que é o Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo?
Os miúdos respondiam com olhares arregalados.
-É uma doxologia, meu menino! – repetia o capelão, sorridente, a esfregar as mãos.
Foi assim que eu aprendi que o Glória ao Pai se chamava doxologia.
Esta palavra vem do grego e quer dizer palavra de louvor, glorificação.
Muitos anos mais tarde, a 6 de Outubro de 2003, o Cardeal Gabriel Zubeir de Cartum presidiu a uma missa de acção de graças na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
No dia anterior, Daniel Comboni, o primeiro bispo de Cartum e fundador dos Combonianos, tinha sido canonizado pelo Papa (agora São) João Paulo II.
O Cardeal Zubeir confidenciou durante a homilia que muitas vezes rezava o terço de uma forma muito sua: em vez das 50 ave-marias dizia 50 glórias-ao-pai.
Estas duas estórias vieram-me à memória esta manhã quando orava com o passo-a-rezar de hoje.
A reflexão convidava os orantes a repetir o Glória ao Pai várias vezes durante o dia.
Este tem sido o meu mantra durante os últimos anos: deixar ecoar no pensamento, lenta e repetidamente: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Ámen!
Dá-me paz, serenidade! E apeteceu-me partilhá-lo contigo.
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