O novo presidente chinês incluiu três países africanos na primeira visita oficial ao estrangeiro, prova da importância estratégica da África para a China nos próximos dez anos.
Xi Jinping iniciou o mandato
de presidente da China a 14 de Março de 2013 e dez dias depois já se encontrava
na Tanzânia (na foto). Antes esteve na Rússia. Seguiram-se passagens pela
África do Sul e a RD do Congo.
A China mantém
relações com a África desde os anos 50, através do apoio a movimentos
independentistas, e mais tarde da construção de estradas, caminho-de-ferro e
oleodutos, para chegar aos campos de petróleo e às minas de cobre e urânio que
alimentam a sua revolução industrial. Um milhão de chineses trabalha em África
na construção e minas, mas o Governo invoca também que em meio século enviou 18
mil médicos para o continente, que trataram 250 milhões de pacientes. Em Juba,
onde vivo, há pelo menos uma clínica e dois hospitais chineses em pleno
funcionamento.
As trocas comerciais
entre o continente e a China rondam os 200 mil milhões de dólares, com um
ligeiro balanço a favor da África. Os Chineses importam crude, minerais, metais
e madeira e exportam maquinaria, têxteis, meios de transporte, metais,
plásticos e borrachas, muitas vezes de qualidade duvidosa – uma troca que
Lamido Sannsi, governador do Banco Central da Nigéria, classificou de
colonialista. O presidente do Botsuana, Ian Khama, também criticou a qualidade
da construção civil chinesa no seu país.
A visita do
presidente Jinping à África insere-se no contexto de uma relação comercial
privilegiada, considerada desequilibrada por algumas vozes do continente. Em
Dar-es-Salam, tentou traçar a nova política chinesa para a cooperação com a
África, alegando tratar-se de uma forma de o continente «partilhar o sonho
chinês». Reafirmou a proverbial não ingerência em assuntos internos e descreveu
a cooperação com a África como uma relação entre iguais, «amigos de confiança e
parceiros sinceros» que vivem um momento único: a África é das regiões que
registam, na esteira da China, maior crescimento económico.
O presidente
encontrou-se com 14 dirigentes africanos à margem da reunião dos países com
economias emergentes, os BRICS (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul),
em Durban, na África do Sul, e assinou dezenas de acordos nas áreas do
comércio, energia, ciência, agricultura, tecnologia e cultura.
Em
Dar-es-Salam tinha dito que «a unidade e a cooperação com os países africanos
têm sido um fundamento importante na política externa da China, que nunca irá
mudar, mesmo que a China se fortaleça e reforce o seu estatuto internacional».
E frisara que, como sempre, em troca não exigiria quaisquer condições. Ora, é
disto que os dirigentes africanos gostam: ajudas em condições favoráveis e sem
exigências de respeito pelos direitos humanos, boa governação e democratização.
E que convém ainda mais à China, que necessita como pão para a boca de
abundantes matérias-primas para manter a sua economia a crescer.
Concordo com as expressões: colonialismo e relações duvidosas, são mesmo palavras que indicam o relacionamento chinês com os países emergentes.
ResponderEliminarConcordo com as expressões: colonialismo e relações duvidosas, são mesmo palavras que indicam o relacionamento chinês com os países emergentes.
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