1 de outubro de 2012

COISAS NOVAS E VELHAS

Em África, a nova evangelização passa pela tarefa da reconciliação, da justiça e da paz.

De 7 a 28 de Outubro, mais de duzentos padres sinodais, convidados e especialistas vão debater, no Vaticano, o tema «A nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Trata-se, sem dúvida, de uma questão crítica, candente e essencial para a Igreja de hoje.
A expressão «nova evangelização» foi cunhada pelo Papa João Paulo II em 1979 durante a visita à Polónia natal e logo se tornou palavra-passe em discursos e documentos de figuras eclesiais, apesar de conteúdos pouco claros, até o papa propor ao episcopado latino-americano, em 1983, uma evangelização nova «em seu ardor, em seus métodos, em suas expressões», diferente da reevangelização.
Lineamenta, o documento que lançou o sínodo, dá um passo em frente e diz que a nova evangelização é um estímulo «para redescobrir a alegria da experiência cristã».
O Papa Bento XVI dedicou um capítulo à nova evangelização em Africae Munus, a exortação apostólica que escreveu à Igreja em África há um ano, definindo-a como «a pastoral com aqueles que abandonaram a práxis cristã». O papa exorta os Africanos a proclamarem o mistério da salvação através da vida, escrevendo que a África precisa de uma nova apresentação do Evangelho, integrando «a dimensão intelectual da fé na experiência viva do encontro com Jesus Cristo presente e operante na comunidade eclesial» através de novos métodos.
Bento XVI aconselha os bispos africanos a «acolher com generosidade o apelo dos seus irmãos dos países que carecem de vocações e acudir aos fiéis privados de sacerdote» e proclama: «A nova evangelização diz respeito particularmente ao serviço da Igreja a favor da reconciliação, da justiça e da paz», exortando os Africanos a reavivarem o sentido de pertença à Igreja: «[Os Africanos] são chamados a viver, a nível pessoal, familiar e social, a Boa Nova e a anunciá-la, com renovado zelo, às pessoas vizinhas e distantes, empregando para a sua difusão os novos métodos que a Providência divina põe à nossa disposição.»
Jesus diz em Mateus 13: 52 que «todo escriba que se fez discípulo do reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas». Espero que os padres sinodais desta feita cheguem mesmo ao fundo do tesouro para tirar propostas evangelizadoras novas para situações e problemas novos.

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