29 de agosto de 2011

RÁDIO ANISA


A Rádio Anisa começou hoje a emitir em fase de testes em Yambio, Equatória Ocidental.
Trata-se da oitava estação da Rede Católica de Rádios do Sudão a entrar em funcionamento desde Dezembro de 2006.
Ansia em língua Zande signifca Somos um.
O diretor, padre Inácio Mborihenga, não cabia de contente quando comunicou que a estação começou a emitir depois de dois técnicos italianos terem passado cinco dias a preparar os estúdios e as antenas.
Há muito que a população de Yambio ansiava pela estação católica – é servida por uma estação do governo e por um repetidor da rádio das Nações Unidas – e o padre Inácio disse que recebeu inúmeros telefonemas de parabéns.
Ele explicou que o aumento do preço do gasóleo veio mexer com o orçamento da estação e as autoridades diocesanas vão decidir quando Anisa vai ser inaugurada e quantas horas vai emitir por dia.
No fim de Setembro a Voz da Esperança deve começar a emitir em Wau, capital de Bahr el Ghazal Ocidental. Os estúdios estão prontos. Falta montar o mastro de 72 metros e colocar as antenas. E a rede fica completa com oito rádios no Sudão do Sul - uma em cada diocese - e a nona nos montes Núbios.

27 de agosto de 2011

GOVERNO


O Presidente da República anunciou ontem os nomes dos membros que integram o primeiro governo do Sudão do Sul.
O elenco governamental conta com 29 ministros e 27 ministros-adjuntos e inclui cinco ministras e dez adjuntas.
Comparando com o executivo anterior, o novo governo tem oito caras novas, oito ministros mantiveram as respectivas pastas e 12 foram «reciclados» para ministérios diferentes. Dez ministros perderam o posto sendo que duas ministras baixaram a ministras-adjuntas.

24 de agosto de 2011

VIOLÊNCIA


A violência voltou à ordem do dia no Sudão do Sul depois de cerca de um mês de paz e tranquilidade.
Na quinta-feira, guerreiros da etnia murle atacaram um número de aldeias Lou-Nuer no Condado de Uror, Estado de Jonglei, matando mais de 600 pessoas e ferindo um milhar.
Cerca de 30 mil cabeças de gado foram roubadas na operação.
A coordenadora humanitária das Nações Unidas no Sudão do Sul, Lise Grande, disse em comunicado que mais de 26.800 pessoas foram deslocadas pela violência inter-tribal. O ministro do interior fala em 250 mil desalojados.
O ataque foi um acto de retaliação por uma série de incursões dos Lou-Nuer conta os Murle de Pibor que fez mais de mil mortos.
Entretanto, a Assembleia Nacional pediu ao Governo para reforçar a segurança na zona do conflito enviando soldados e polícias, distribuir ajuda às vítimas e iniciar um processo de reconciliação e paz entre as duas tribos.
No final de Julho, a ONU alertou para o facto de a juventude Murle estar a preparar um ataque para vingar os mortos de Pibor, mas as autoridades mostraram-se incapazes de controlar a situação.
Entretanto, confrontos entre o exército e milícias voltaram ao estado de Upper Nile no sábado. Mas de 50 pessoas foram mortas em vários recontros. No mesmo dia, cinco pessoas morreram e 20 ficaram feridas no Estado de Unity, quando uma viatura despoletou uma mina colocada por rebeldes.
Perto de Juba, um grupo de polícias e populares atacaram e bateram em habitantes de duas freguesias que querem pertencer ao condado de Lainya em vez de Juba.
A lua-de-mel da independência terminou em definitivo!

22 de agosto de 2011

GOVERNO


O presidente do Sudão do Sul anunciou que o primeiro governo da república vai ter 29 ministérios.
Salva Kiir Mayardit tinha prometido um governo magro, mas afinal só reduziu dois ministérios em relação ao último executivo. Bem, os conceitos são inculturados: os Dincas são magros mas também são muito altos. E o presidente e grande parte dos seus colaboradores vêm dessa tribo.
A novidade maior é a criação do ministério da Segurança Nacional sob o controlo do Gabinete do Presidente. Kiir quer puxar para si os assuntos delicados da segurança interna, mas vai ter que partilhar o poder com o ministro da defesa que controla os militares e o do interior que é o patrão das polícias.
O ministério da Paz e da Execução do Acordo de Paz foi abolido.
Houve pastas que foram reagrupadas como a da Cultura e Património com a da Juventude e Desporto, Investimentos com Comércio e Indústria e Trabalho e Funcionalismo Público com Recursos Humanos.
Outros ministérios foram desdobrados: Estradas e Transportes deu origem a Estradas e Pontes mais Transpores enquanto Energia e Minas foi transformado em Petróleo e Minas mais Electricidade e Barragens.
Os ministérios dos Assuntos Internos, Cooperação Regional e Assuntos do SPLA e dos Veteranos foram rebatizados Interior, Assuntos Internacionais e Cooperação Regional e Defesa e Assuntos dos Veteranos, respectivamente.
Agora falta nomear os respectivos ministros – e vice-ministros, um cargo criado pela Constituição Transicional. O país tem sido governado por ministros interinos e a expetativa é grande sobe os nomes dos novos executivos.
O presidente Kiir tem estado sob alguma pressão porque vai ter que «encostar» alguns ministros «indefetíveis» devido a problemas com a corrupção.

9 de agosto de 2011

BURRICA

Com a falta de combustíveis, a «burrica» é o meio de transporte alternativo e ecológico.

EDUCAÇÃO


© GoSS website

O Presidente da República do Sudão do Sul elegeu a educação como a prioridade número um do governo que promete ter pronto esta semana.
Salva Kiir Mayardit discursou ontem durante a sessão conjunta das duas câmaras na inauguração da primeira sessão da legislatura nacional.
O presidente prometeu construir 30 escolas primárias e quatro secundárias durante os primeiros cem dias de governo.
Kiir anunciou também o lançamento de um Programa de Desenvolvimento para Formação de Professores que vai preparar 7.000 docentes nos próximos cinco anos.
A educação tem sido o parente pobre dos programas de desenvolvimento no país. Apesar dos esforços do governo e de organizações não governamentais calcula-se que menos de um terço das crianças em idade escolar frequente a escola.
A taxa de alfabetização do país é baixíssima: só 27 por cento da população sabe ler e escrever. A percentagem cai a pique para oito por cento entre as mulheres.
Alguns números dão que pensar: 90 por cento dos soldados são analfabetos e 75 por cento dos oficiais. O governo preparou 6.000 polícias antes do referendo em Janeiro. Apesar de terem feito o cursa da polícia na academia, só um quarto é alfabetizado.
Como se pode manter a lei e a ordem com forças de segurança assim? Como se pode desenvolver o país com uma população maioritariamente iletrada? No passado o SPLM, o partido que controla na república mais jovem do mundo, entregou a educação às igrejas e às organizações não governamentais. Em tempo de paz, parece que finalmente vai levantar o estandarte do ensino à frente da procissão do desenvolvimento.
Assim espero!

6 de agosto de 2011

ANTES E DEPOIS



Juba – a mesma rotunda antes e depois da independência © JVieira