26 de maio de 2011

PAZ

© JVieira


A paz é a única via para resolver a questão de Abyei.
Esta é a posição do Presidente do Governo do Sul do Sudão que disse aos jornalistas numa declaração de 40 minutos esta manhã em uba que o Sul não ia retaliar e atacar Abyei ou o Norte.
As tropas do norte do Sudão atacaram e ocuparam Abyei na semana passada.
Mais de 60 mil pessoas fugiram dos combates ferozes que envolveram armamento pesado e refugiaram-se no Sul do Sudão.
Salva Kiir Mayardit exigiu a retirada imediata e incondicional de Abyei das tropas do Norte, o estabelecimento de uma força de paz internacional para garantir a segurança na zona – até agora o patrulhamento era mantido pela missão da ONU no Sudão, uma força constituída maioritariamente por árabes e muçulmanos pró-Cartum -, o retorno dos deslocados e das agências de assistência.
Ele disse que o NCP – o Partido do Congresso Nacional que detêm o poder em Cartum – e o Presidente Omar al-Bashir tinham a invasão de Abyei preparada e esperavam por um pretexto para atacar.
O pretexto foi um incidente entre tropas do sul e forças do norte quando estas eram escoltadas para fora de Abyei pelos capacetes azuis, na quinta-feira.
Abyei é habitada por uma tribo do Sul do Sudão – os Dinka Ngok – e administrada desde 1905 a partir do Kordofan, no Norte.
O acordo de paz assinado em 2005 pelo governo de Cartum e os rebeldes do SPLA (o Exército de Libertação do Povo do Sudão) previa a realização de um referendo para os habitantes de Abyei escolherem pertencer ao norte ou ao sul do Sudão.
O regime de Cartum não permitiu que o referendo se realizasse a 9 de Janeiro e tem bloqueado todos os passos dados nesse sentido!
O Presidente Kiir acusou Cartum de estar em guerra com os Sudaneses desde a independência em 1956, mas sem nunca reagir a agressões externas, incluindo um ataque recente da aviação israelita conta um automóvel em Port Sudan.
Entretanto, mais de 60 mil pessoas que fugiram dos combates de Abyei, sobrevivem em condições muito difíceis espalhados pelos matos do Sul.
Primeiro, fugiram para Agok, a sul de Abyei, mas a farinha acabou e tiveram que se deslocar mais a sul à procura de alimentos.
O pároco de Turalei, P. Anthony Agok, disse-me pelo telefone que havia mais de 60 mil deslocados em situação muito difícil e que alguns já tinham morrido de fome.
O P. Agok adiantou que o Programa Alimentar Mundial estava a fazer um levantamento da situação e a juntar os refugiados para começar a distribuir mantimentos.
Acrescentou que os refugiados também necessitavam de um abrigo que os protegesse da chuva e de medicamentos.

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