Estou de volta a Juba e de volta ao Jirenna! As férias passaram a correr e a viagem de regresso foi óptima apesar de levar 24 horas entre voos e esperas. Um senão: tive que deixar em Lisboa duas garrafas de vinho verde e um boião de mel por excesso de peso. Mas trouxe o bacalhau! E um funcionário do café do aeroporto vai beber o vinho por mim.
Aqui fica um bem-haja do tamanho do mundo para os meus familiares, amigos e colegas que durante os últimos três meses encarnaram o cuidado, a ternura e o amor de Deus por mim. Jesus diz que para o seguirmos temos que deixar muito mas depois recebemos 100 vezes mais. E é verdade: as férias foram uma demonstração inequívoca de que Ele é um cavalheiro e não falta à palavra dada.
Encontrei os meus colegas missionários e missionárias todos bem. Houve alguns melhoramentos nos quartos destinados aos hóspedes e na cozinha – a casa está muito mais convidativa e arrumada – e agora temos galinhas e perus!
Os pés de manga estão floridos e prometem uma boa colheita lá para Dezembro. As papaieiras também estão bonitas e as goiabas bem gostosas.
Um senão: encontrei um jornalista que trabalha comigo muito maltratado. O presidente do Sul do Sudão, Salva Kiir Mayardit, regressou na sexta-feira de uma visita aos Estados Unidos. O governo organizou uma manifestação de boas-vindas no aeroporto e o Memo Lasuba estava a cobrir o acontecimento para a Rede Católica de Rádios do Sudão. Não se sabe por que carga de água a segurança o individualizou. O jornalista identificou-se mas depois foi brutalmente espancado por um soldado e dois polícias. Esta tarde vou apresentar queixa ao ministro da segurança interna.
De resto, Juba continua um autêntico estaleiro com tantos edifícios em construção apesar das incertezas do referendo sobre a auto-determinação que vai decorrer a 9 de Janeiro.
Por falar em referendo, o recenseamento de eleitores foi adiado para Novembro e já devia estar pronto a 9 de Julho. O norte e o sul continuam a trocar picardias sobre a consulta popular e o dia a chegar sem nada estar preparado. Será que o Sul vai fazer uma Declaração Unilateral de Independência? O secretário-geral do SPLM, o partido que governa o sul, disse-me uma vez que era uma alternativa ao referendo.
Será que a flôr da manga dá para decorar andores!?
ResponderEliminarCaro Zé:
ResponderEliminarGostei muito de estar contigo em Cinfães.
Um abraço amigo,
Jorge