5 de maio de 2010

DIÁLOGO

© JVieira

Jornalistas e agentes de segurança reuniram-se hoje em Juba pela segunda vez para analisar a cobertura das eleições, rever os problemas que surgiram durante o processo eleitoral e aprofundar os canais de comunicação.
As forças de segurança são o obstáculo maior à prática de jornalismo no sul do Sudão e os profissionais da comunicação há muito que sentiam a necessidade de se sentarem à mesa com polícias, militares e agentes da secreta para se conhecerem.
No encontro de hoje estiveram três militares: um coronel, porta-voz do exército, e dois oficiais subalternos. O chefe da polícia prometeu mas não apareceu.
O coronel Malaak Ayuan começou por apresentar a situação corrente: um general que concorreu como independente a governador de Jonglei perdeu e em protesto – diz que os resultados das eleições são manipulados– foi para o mato com mais de 100 soldados depois de ter morto cerca de 10 soldados no quartel onde estava para roubar armamento.
Também falou da escalada de violência na fronteira norte-sul: o exército do norte está a concentrar-se nessa área e no mês passado registaram-se alguns recontros com baixas pesadas entre as tropas do norte e do sul.
O diálogo foi positivo e franco: os participantes analisaram a cobertura das eleições – considerada muito boa – e o modo como os agentes de segurança actuaram: em Juba de uma forma exemplar, fora de Juba nem tanto.
O encontro, que reuniu 24 jornalistas de Juba e de Yei, deu ainda para trocar impressões sobre os desafios que a cobertura do referendo de 2011 coloca à comunicação social e às forças de segurança.
Foi decidido organizar um Fórum para jornalistas quanto antes para preparar a cobertura da consulta sobre a auto-determinação do sul do Sudão seguido do terceiro diálogo entre as forças de segurança e os profissionais da comunicação desta vez envolvendo os ministros da informação, exército e do interior.

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