4 de outubro de 2007

VIVÊNCIAS


O MELHOR JOGO DA MINHA VIDA

Foi em Março, mais precisamente no vigésimo segundo dia do mês do ano transacto.
sou uma portista assumida e, como adepta daquele clube, só poderia estar ansiosa pela chegada desta data. Era dia da final da taça de Portugal. Um FCPorto-Sporting.
Estava naturalmente ansiosa, não por ser mais uma partida à qual não faltaria, mas sim por ser o confronto de dois grandes clubes. Neste dia envolveram-me imensos sentimentos, os quais nunca me irei esquecer.
A aventura começou bem cedo, logo pela manhã. Estava muito ansiosa se bem que receosa. Uma das minhas preocupações era o facto de ter teste de matemática no dia seguinte. Mas tinha prometido a mim mesma que iria estar no jogo de consciência tranquila com todos os conteúdos estudados. A manhã passou rápida e o grande obstáculo passou a ser a tarde que por mim esperava. Tinha de estudar era certo, mas de meia em meia hora invadiam-me sensações de ansiedade. Era inevitável!
O jogo estava marcado para as 20h45. Portanto, saí de casa por volta das 18h30. Ia ter com uma amiga a Matosinhos, e depois seguiríamos para a Casa da Música onde ao nosso grupo se juntaria mais uma amiga. Já no metro iam-se ouvindo comentários acerca do jogo: uns diziam que perderíamos e outros que ganharíamos. Mas eu tinha a plena consciência de um bom jogo. Pelo menos era aquilo que eu queria pensar!
Foi no Estádio do Dragão que a minha ansiedade terminou. Talvez devido ao pensamento de “missão cumprida”: estava lá e tinha estudado, tudo corria bem.
Às 20h45 soa o apito do árbitro, o jogo começa e o coração bate de uma maneira diferente. Ao fim de 45 minutos de “sofrimento” a primeira parte termina, sem golos e com um nervoso miudinho!
Depois do intervalo, o jogo recomeça. Foi a partir daqui que tudo aconteceu, tanto de mau como de bom.
Antes do jogo eu queria assistir a um bom espectáculo. A verdade é que nesta segunda metade do encontro houve muitas confusões. Entre elas duas expulsões. Lamentável.
A 10 minutos do fim da partida surgiu o golo do Sporting. Para mim o mundo desabou. O sentimento de querer ver um bom espectáculo esgotou-se. As minhas lágrimas caíam desalmadamente. A única coisa que queria era que o treinador se ausentasse. Eu sabia que a culpa não era dele, mas sentia necessidade de atribuir culpa a alguém!
Por sorte, minutos depois o golo do FCPorto surge pelos pés de Benny McCarthy. A esperança voltou. Limpei a cara e aplaudi com todas as minhas forças. Estava de novo no auge da minha felicidade.
Os 90 minutos de jogo terminam empatados e era inevitável irmos a prolongamento. Nesse momento eu e as minhas amigas decidimos ir para mais perto dos jogadores e treinadores, visto que nos conheciam.
Após o prolongamento de 15+15 minutos, o jogo é decidido pela chamada “morte súbita”, os temidos penaltis.
O primeiro marcador do lance foi o sportinguista João Moutinho. Bem, aqui o jogo para mim acabou! Sim, porque o penalti foi defendido pelo guarda-redes portista.
A última grande penalidade saiu dos pés do argentino Lisandro Lopez, que sem tremer, a converteu em golo. Aí as lágrimas que anteriormente reflectiam a tristeza e inconformismo, agora faziam transparecer toda a emoção que estava a sentir. Foi sem dúvida o melhor jogo da minha vida!
O calendário marcava o início da Primavera. Chovia torrencialmente e estava um frio de rachar. Portanto, além do melhor jogo da minha vida, foi também a maior molha!
Carla Morgado

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