15 de outubro de 2007

CRISE SPLM-NCP

A GUERRA NÃO É SOLUÇÃO

O presidente do Governo do Sul do Sudão disse ontem que o recurso à guerra não é solução para o diferendo que opões o Movimento de Libertação do Povo do Sudão (SPLM) e o Partido do Congresso Nacional (NCP).
Salva Kiir Myardit assegurou aos fiéis que foram à missa das 11 na catedral de Juba que o regresso à guerra está fora de questão.
Os dois parceiros assinaram o Acordo Global de Paz (CPA) em 2005 para pôr termo a uma guerra civil de 21 anos que matou mais de dois milhões e deslocou mais de quatro milhões de sudaneses do Sul.
O SPLM retirou quinta-feira os seus ministros e conselheiros do Governo de Unidade Nacional para forçar o NCP a cumprir o CPA.
Entre os protocolos em atraso encontram-se a demarcação da fronteira entre o norte e o sul, a retirada das tropas sudanesas do Sul, Abyei, transparência na partilha dos proventos do petróleo e a mudança de alguns ministros do SPLM no Governo de Unidade Nacional.
Salva Kiir defendeu que a retirada temporária do Governo de Unidade Nacional foi o gesto certo no momento certo.
O CPA previa que a fronteira entre o norte e o sul do Sudão fosse demarcada durante os primeiros seis meses de 2005. Mas o NCP não aceita as proposta da comissão especial para o efeito devido aos poços de petróleo que ficariam a sul da fronteira de 1 de Janeiro de 1956.
Sem fronteira não pode haver recenseamento – previsto para Fevereiro de 2008, eleições gerais em 2008 e o referendo para a autodeterminação do Sul em 2011.
E sem fronteira não pode haver uma partilha transparente dos lucros do petróleo porque não se sabe os poços que ficam no sul e os que ficam no norte – como explicou o Presidente Kiir.

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