19 de setembro de 2007

EDUCAÇÃO

© JVieira
Há dias ia-me dando uma coisa!
Um dos aprendizes de repórter escreveu numa peça para o noticiário da Rádio Bakhita que o Ministro da Educação do Estado de Central Equatória protestou por o Governo do Sul do Sudão ter-lhe reduzido o orçamento de 75 para 62 por cento.
Pedi ao camarada a gravação do discurso do ministro durante as celebrações do Dia Mundial da Alfabetização e confirmei o que já sabia: que a educação passou de 7,5 por cento do orçamento de 2007 para 6,2 do de 2008.
Lá lhe tive que explicar a diferença que uma vírgula faz nas percentagens – e que para a próxima prestasse mais atenção aos números, porque o que ele fez foi um erro de palmatória.
Dava mesmo jeito que o Ministéria da Educação tivesse a fatia de leão do orçamento para o Sul do Sudão – em vez do exército que leva 40 por cento das massas.
É que o Sul do Sudão detém uma das taxas mais altas de analfabetismo devido a meio século de guerra.
Oitenta e cinco por cento da população não sabe ler nem escrever. Entre as forças armadas a cifra sobe para 90 por cento. No tocante ao género feminino, 92 por cento das mulheres são iletradas.
Era bom de mais se o Governo do Sul do Sudão fizesse um investimento massivo na educação para baixa o índice de analfabetismo para 55 por cento em três anos - como diz.
O que acontece é que o dinheiro para o sector é cada vez menor e há muitos professores com salários em atraso e outros expulsos por protestarem o corte de 26 por cento dos seus salários «para o desenvolvimento local».

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