4 de março de 2007

Gumbo

© JVieira
Os Salesianos têm uma missão em Gumbo, a 15 quilómetros de Juba, na margem sul do Nilo Branco.
A paróquia, dedicada a São Vicente de Paulo, entrou em decadência nos anos noventa. O Exército de Resistência do Senhor (LRA), um grupo de guerrilha do Norte do Uganda com ligações ao Sudão, começou a atacar a área e os habitantes, da etnia Bari, trocaram Gumbo e pela segurança de Juba.
Hoje, Gumbo é uma pequena aldeia de palhotas baixas. A velha igreja está em ruínas e a comunidade reúne-se num pequeno salão numa planície de perder de vista, ressequida pelo sol abrasador.
Os salesianos querem construir uma escola, mas Gumbo ainda não é um lugar seguro. O último ataque do LRA aconteceu há dois meses. Depois disso, os guerrilheiros assinaram um cessar-fogo com o exército ugandês e iniciaram conversações de paz em Juba sob o patrocínio do Governo do Sul do Sudão. Entretanto, as conversações pararam e o período de tréguas acabou há dois dias.
Por enquanto, os missionários vivem em Juba e como o espaço para as celebrações é acanhado, estão a alargar as instalações provisórias.
Quando tenho saudades da Etiópia vou à missa a Gumbo. Não sei uma palavra de Bari, mas sinto-me em casa naquela comunidade.
A eucaristia em Gumbo é verdadeiramente um acontecimento. Os católicos de Juba são muito passivos durante as celebrações. As «despesas» da animação litúrgica ficam por conta do grupo coral.
Em Gumbo as pessoas cantam, batem palmas, com-celebram! A eucaristia é, de facto, uma festa de acção de graças. Sinto-me lá muito bem e regresso à outra margem do rio da vida com o coração a transbordar de paz – como hoje.

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