18 de setembro de 2006

Saudade


MORREU UM AMIGO

Franco Masserdotti, 65 anos, bispo de Balsas, no estado nordestino de Maranhão, Brasil, foi atropelado por um camião, ontem, 17 de Setembro. Seguia de bicicleta quando foi colhido mortalmente.
Conheci este comboniano italiano há muitos anos quando veio fazer o retiro aos combonianos e combonianas portugueses. Filho da geração de 68, licenciou-se em sociologia. Depois de fazer parte do governo da congregação, foi enviado para o Brasil em 1972. Há dez anos foi nomeado bispo de Balsas. Era presidente do Conselho Indigenista Missionário, o órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil encarregado da pastoral indígena.
Dom Franco era uma referência para mim: pela sua humanidade; pela sua espiritualidade profunda e desempoeirada, ancorada no amor incondicional aos mais pobres e sobretudo aos povos indígenas; pelas anedotas que contava; pela simplicidade da sua vida; por aquele olhar translúcido, doce e cheio de paz; pela fala mansa e tranquila.
Hoje fiquei parvo ao ser confrontado com a notícia da sua morte repentina e fora de horas. Esta postagem vai regada pelas lágrimas da saudade. De um amigo meigo, de um colega exemplar, de um homem de Deus que não precisava de se pôr em bicos de pés para se fazer notar: a sua alegria, bondade, simplicidade eram pura irradiação do Amor de Deus.
Deus tem-no consigo, servo bom e fiel. E ele continua a interceder do céu pelos indígenas seus irmãos, pelos cristãos de Balsas, por nós seus companheiros de sonho e de utopia. Um abraço, Franco, e até já!

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