14 de agosto de 2006

Guerra Israelo-Hezbollah

UMA PAZ TÉNUE

Depois de 33 dias de guerra, Israel, Hezbollah e o Líbano aceitaram a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU e declararam um cessar-fogo que entrou em vigor às 6h00 de hoje (hora de Portugal).
Oficialmente, o conflito estalou a 12 de Julho. O exército de Israel começou a bombardear o Líbano depois de uma força dos xiitas libaneses do Hezbollah ter invadido o território judaico: mataram oito soldados israelitas e levaram dois como reféns para troca de prisioneiros. Nada que o exército israelita não faça no Líbano onde tem matado muitos militantes do Hezbollah em raides punitivos de execuções extrajudiciais.
A guerra saldou-se em 1224 civis mortos (1130 libaneses) e 3600 feridos. 211 militares (108 israelitas) morreram nos confrontos e 200 ficaram feridos. Um milhão de libaneses e 300 mil israelitas tiveram que abandonar as respectivas casas para fugirem à morte.
Os bombardeamentos massivos da aviação israelita destruíram as estruturas civis do Líbano, provocando uma crise humanitária e ecológica sem precedentes através do uso desproporcionado da força. Mas falharam os três objectivos que tinham: libertar os dois soldados capturados, decapitar a liderança do Hezbollah e incapacitar a guerrilha xiita de continuar a bombardear o norte de Israel com morteiros e pequenos mísseis.
O recurso à força bruta não resolveu – só piorou – a questão entre o estado judaico e o Hezbollah. «Quando dois elefantes – embora de portes muito diferentes – lutam, quem sofre é o capim», diz um ditado africano. Neste caso foi a população civil. Sobretudo os civis libaneses. Não será altura de exigir que o estado de Israel pague a reconstrução do Líbano? E os seus líderes não deveriam responder num tribunal internacional por crimes de guerra e contra a humanidade bem como as chefias do Hezbollah? Ou a lei internacional é só para os vencidos? São perguntas que ficam no ar.

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