8 de agosto de 2006

Abrir aspas

«ABANDONEM AS ARMAS IMEDIATAMENTE!»

Neste momento, não posso deixar de pensar na situação, cada vez mais grave e trágica, que se está a viver no Médio Oriente: centenas de mortos, numerosíssimos feridos, uma enorme multidão de desalojados e de refugiados, casas, cidades e infra-estruturas destruídas, enquanto nos corações de muitos parecem aumentar o ódio e o desejo de vingança. Estes factos demonstram claramente que não se pode restabelecer a justiça, criar uma nova ordem e instaurar uma paz autêntica, quando se recorre ao instrumento da violência. Mais do que nunca, vemos como a voz da Igreja é profética e ao mesmo tempo realista quando, diante das guerras e dos conflitos de todos os tipos, mostra o caminho da verdade, da justiça, do amor e da liberdade, como se indica na Encíclica imortal Pacem in terris, do Beato Papa João XXIII. Também hoje, a humanidade deve percorrer este caminho para alcançar o almejado bem da paz genuína.
Em nome de Deus, dirijo-me a todos os responsáveis desta espiral de violência, para que todas as partes abandonem as armas imediatamente! Aos Governantes e às Instituições internacionais, peço que não poupem qualquer esforço para alcançar este fim necessário das hostilidades, para assim poder começar a construir, através do diálogo, uma convivência duradoura e estável entre todos os povos do Médio Oriente. Aos homens de boa vontade, peço que continuem a intensificar o envio das ajudas humanitárias àquelas populações tão provadas e necessitadas. Mas sobretudo, que continue a elevar-se de todos os corações a oração confiante a Deus, bom e misericordioso, a fim de que conceda a sua paz àquela região e ao mundo inteiro. Confiemos esta súplica urgente à intercessão de Maria, Mãe do Príncipe da Paz e Rainha da Paz, tão venerada nos países do Médio Oriente, onde em breve esperamos ver reinar a reconciliação pela qual o Senhor Jesus ofereceu o seu Sangue precioso.

Papa Bento XVI na Oração do «Angelus» de 6 de Agosto, em L’Osservatore Romano

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