30 de junho de 2006

Gaza

«CHUVA DE VERÃO»

A 25 de Junho um grupo de combatentes palestinianos atacou um posto militar israelita e raptou o cabo Gilad Shalit para o trocar por 95 mulheres e 313 menores de 18 anos detidos nas prisões israelitas.
A ousadia palestiniana representou uma afronta séria ao todo poderoso exército de Israel que, para resgatar o militar raptado, pôs em marcha a operação «Chuva de Verão».
As tropas israelitas cercaram o Sul de Gaza, junto à fronteira com o Egipto, por terra, ar e água. Os bombardeamentos não param e os aviões F16 cortam frequentemente a barreira do som num acto de intimidação. E destruíram infraestruturas importantes como algumas pontes e três centrais eléctricas, deixando 600 mil às escuras. Até o campo de futebol da Universidade Islâmica de Gaza foi transformado numa imensa cratera por um míssil.
As tropas israelitas também prenderam 64 individualidades do Hamas, o partido palestiniano no poder. Entre os presos contam-se oito ministros, 20 deputados, vários autarcas e outros políticos.
A lei internacional proíbe a punição colectiva da população civil, mas o Estado de Israel continua a usar a força brutal da superioridade militar contra os cidadãos palestinianos. Um crime contra a humanidade que as grandes potências deixam passar em claro.
Será que Israel esqueceu o Holocausto? Será que por ter sofrido a «Shoa», se sente no direito de castigar populações indefesas só porque é mais forte?
As Escrituras Hebraicas, o Antigo Testamento, quando falam do tratamento que os judeus devem dar aos estrangeiros que vivem no seu país, recordam: «Lembra-te que também foste estrangeiro!». Hoje diria: «Lembra-te que também foste vítima do mais forte!»

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