2 de fevereiro de 2010

DARFUR

No Sul do Sudão as coisas não vão tão fáceis de decifrar. Mas aqui no Darfur as notícias dos que têm língua e microfone para chegar longe convencem o mundo de que a guerra parou.
Enrolam-se com conversações em Doha. Sem falarem, porém dos janjauides. Mas estes ficaram e estão bem vivos, "trabalhando" a sério nas estradas e não só. Quem não lhes paga além do bilhete do meio de transporte é uma pessoa morta. E não o fazem às escondidas, absolutamente. E ninguém de autoridade pia. Será uma regra que ficou para a posteridade? Golpe de estado precisa-se antes mesmo de se falar em eleições.
Claro que tu é que sabes disso e muito mais, mas permite-me que tas tenha dito também eu porque o pote está a extravasar. Numa palavra, a insegurança aumenta cada vez mais, pelo menos para quem tem que viajar por terra. Os grandes que vêm visitar o Darfur claro que não vêem nada disto e nem querem que vejam.
Mas parece que morrem mais desse lado do Sul do que no Darfur, e então há que acudir e falar e mostrar que é do Sul que se está a cuidar. E acho bem e justo. Desejo-vos coragem e sucesso aos do Sul.
Bem, e agora vamos ao trabalho da reunião dos catecúmenos que também não são muitos porque vão e vêm à procura do norte, que procuram viajando para o Sul, o qual também não os convence. E afecta toda a vida deles, toda, claro: a psiché, a alma, o espírito, e tudo isto carrega no zé corpinho ou burrinho que está condenado a transportar tudo, até quando puder...

Desabafo de um colega em Nyala, Darfur

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