O Nobel da Literatura continua irónico, cáustico e sarcástico nas suas reflexões sobre a vida, mas este foi o livro que mais depressa devorei.
Saramago é como o vinho fino: quanto mais velho melhor.
A estória roda à volta das incidências da viagem do Elefante Salomão e do seu cornaca-tratador Subhro da Torre de Belém até Viena de Áustria com paragem em Villadolid.
A ficção tem um fundo histórico: o paquiderme da Índia foi oferecido por Dom João III ao arquiduque da Áustria seu primo corria o ano de 1551.
«Esta viagem tem sido só um intervalo», disse o cornaca ao elefante já perto do seu termo.
Este é o romance em que Saramago mais referências ao fenómeno religioso – os diálogos entre o tratador do elefante – indiano – e o chefe da escolta militar – portugês – são interessantes.
Sinal que a morte o está a aproximar de Deus? Quem sabe? A obra foi escrita durante um período em que Saramago esteve muito mal de saúde. Por isso ele dedicou a obra à esposa: «A Pilar, que não deixou que eu morresse.»
Obrigado, Lucy, por esta prenda de anos gostosa
é um livro fabuloso que nos fala, também, dos caprichos dos poderosos daquele tempo, de todos os tempos.
ResponderEliminar